Síndrome do Supra-espinhoso
O supra-espinhoso é a principal estrutura do chamado
manguito rotador (constituído pelo subescapular, supra-espinhoso, infra-espinhoso
e redondo menor) e tem como principal função a realização da elevação e abdução
do braço. Sua fixação proximal é na fossa supra-espinhal da escápula e a distal
é na face superior do tubérculo maior do úmero, inervado pelo supra-escapular (c4,
c5 c6).
As lesões do manguito rotador são também conhecidas como doença
do manguito rotador, síndrome do impacto, tendinite do supra-espinhoso ou
síndrome do arco doloroso do ombro.
A incidência dessa patologia é maior nos indivíduos acima
de 40-50 anos, ocorrendo por estágio: I) edema e hemorragia no tendão do
supra-espinhoso em menores de 25 anos; II) fibrose e tendinite entre os 25-40
anos; III) rupturas parciais ou totais de tendão em indivíduos maiores que 40
anos.
Devido a sua alta prevalência na população, a tendinite
do supra-espinhoso é uma das principais patologias relacionadas a LER/DORT.
Esta síndrome desenvolve de acordo com as características
externas e genéticas, como traumas e/ou luxações de ombro, a prática de atividade
esportiva com elevação e abdução de ombro (voleibol, basquetebol, natação), movimentos
repetitivos de ombro ou postura inadequada com ombro elevado e abduzido (cortadores
de cana, pintores de parede), postura estática (costureiras, soldadores,
mecânicos, motoristas de ônibus urbano), artropatias degenerativas (artrite reumatoide
e artrite gotosa), diabetes mellitus e tipos morfológicos de acrômio (planos,
curvos ou ganchosos). Levando a microtraumas no tecido, inflamação crônica ou
aguda, fibrose, alterações degenerativas (entesopatia por hipovascularização), ruptura
parcial ou completa, e o impacto do tendão abaixo do osso acrômio, assim
ocasionando a lesão do tecido. Por causa deste último fator (impacto
tendão/osso) o indivíduo sente dor quando vai elevar o braço ao lado do corpo
(abdução do ombro).
Os sintomas variam de acordo com o estágio da lesão. A
dor pode ser constante ou intermitente. O movimento do braço geralmente está
completo (a amplitude do movimento é completa) porém, a abdução do braço
frequentemente provoca dor em algum ângulo e quando há ruptura completa do
tendão, o paciente é incapaz de elevar o braço.
Quadro Clínico: dor no ombro com piora quando realiza
esforços e ao elevar o braço, acompanhada de diminuição da força muscular e
impotência funcional.
Exame Físico: arco doloroso positivo, Sinal de Neer,
Jobe, Hawkins, Mazion e Yokum positivos.
O diagnóstico é feito pela radiografia de ombro AP (para
identificar tipo de acrômio), ultrassonografia de ombros bilateral com
transdutor de alta frequência e ressonância Magnética.
Diagnóstico diferencial: bursite, traumatismo,
artropatias diversas e doenças metabólicas.
Cada fase da lesão exige um tratamento específico. Na
fase inflamatória, o paciente é aconselhado a restringir o uso do braço,
especialmente os movimentos de elevação do membro superior acima da cabeça. Nas
fases seguintes, o fortalecimento e o recondicionamento gradativo do
manguito deverão ser introduzidos. A progressão da carga dos exercícios é
feita em consultas subsequentes ao fisioterapeuta, nas quais a mecânica e
a função da articulação do ombro será reavaliada. Exercícios dinâmicos e
estáticos devem ser usados para estimular o tecido que teve sua cicatrização e
reparo incompletos. Associado aos exercícios (fisioterapia) também é usado anti-inflamatórios/analgésicos
e quando o tratamento clínico não for eficaz, pode-se iniciar com tratamento
cirúrgico de acordo com a doença base (artroscopia com desbridamento de tendão
e bursectomia, rafia de tendão e acromioplastia).
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